Minha lista de blogs

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

PRÉ SAL


Entenda o que é camada pré - sal 


A chamada camada pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos). O petróleo encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo geólogos, conservam a qualidade do petróleo.



Vários campos e poços de petróleo já foram descobertos no pré-sal, entre eles o deTupi, o principal. Há também os nomeados Guará, Bem-Te-Vi, Carioca, Júpiter e Iara, entre outros.

Um comunicado, em novembro do ano passado, de que Tupi tem reservas gigantes, fez com que os olhos do mundo se voltassem para o Brasil e ampliassem o debate acerca da camada pré-sal. À época do anúncio, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) chegou a dizer que o Brasil tem condições de se tornar exportador de petróleo com esse óleo.
Tupi tem uma reserva estimada pela Petrobras entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo, sendo considerado uma das maiores descobertas do mundo dos últimos sete anos.
Neste ano, as ações da estatal tiveram forte oscilação depois que a empresa britânica BG Group (parceira do Brasil em Tupi, com 25%) divulgou nota estimando uma capacidade entre 12 bilhões e 30 bilhões de barris de petróleo equivalente em Tupi. A portuguesa Galp (10% do projeto) confirmou o número.
Para termos de comparação, as reservas provadas de petróleo e gás natural da Petrobras no Brasil ficaram em 13,920 bilhões (barris de óleo equivalente) em 2007, segundo o critério adotado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Ou seja, se a nova estimativa estiver correta, Tupi tem potencial para até dobrar o volume de óleo e gás que poderá ser extraído do subsolo brasileiro.
Estimativas apontam que a camada, no total, pode abrigar algo próximo de 100 bilhões de boe (barris de óleo equivalente) em reservas, o que colocaria o Brasil entre os dez maiores produtores do mundo.

Como funciona o trabalho de exploração?

Com base em informações geológicas iniciais, é realizado um esquadrinhamento do fundo do mar - navios especializados fazem uma espécie de ultrassom da região. Esse levantamento gera informações que vão parar em computadores, que mostram, em imagens tridimensionais, os melhores locais para se começar uma perfuração. Tudo isso para alcançar com maior grau de precisão as regiões que devem ser exploradas. Afinal, todo o processo custa muito dinheiro.
No caso específico de Tupi, com todos os desafios que nunca foram enfrentados na história da indústria do petróleo, durante 15 meses um navio-plataforma recolherá informações da região. Segundo a assessoria da Petrobras, essas informações serão decisivas não só para definir um modelo de desenvolvimento da área como também das outras acumulações do pré-sal daquela bacia sedimentar.

E como fica o meio ambiente?
Em meio a comemoração do governo com a exploração da camada pré-sal, um ilustre convidado ficou de fora das festividades: o meio ambiente. Com a exploração das novas reservas petrolíferas as emissões de carbono e a poluição serão maiores.

No meio de tantos discursos em torno deste tema, o governo falou em até acabar com a pobreza, mas em nenhum momento soltou a voz para falar sobre os danos ambientais. Este assunto só foi falado quando a imprensa questionou a Petrobrás para saber o que a empresa pretendia fazer bata combater a poluição nesta atividade. Ela respondeu que pretendia usar a tecnologia de Captura e Armazenamento em Carbono, conhecida a partir de sua sigla em inglês, CCS, para impedir a emissão das milhões de toneladas contidas nos poços do pré-sal.

Segundo especialistas do Greenpeace, essa tecnologia é experimental e não estaria tecnicamente viável antes de 2030, além de ter que enfrentar algumas barreiras financeiras. Pois o custo total do uso da CCS para capturar o que se estima seja algo entre 12 e 18 bilhões de toneladas de carbono contidas no pré-sal pode chegar ao longo de todo o ciclo de exploração a centenas de bilhões de reais.

Cálculos do Greenpeace indicam que se a CCS não cumprir tudo o que a tecnologia promete, e o Brasil estiver usando todas as reservas estimadas do pré-sal, estaremos emitindo ao longo dos próximos 40 anos em torno de 1,3 bilhão de toneladas de CO2 por ano só com refino, abastecimento e queima de petróleo.

Isso quer dizer que ainda que o desmatamento da Amazônia, principal causa das emissões brasileiras, seja zerado nos próximos anos, tudo indica que as emissões decorrentes do pré-sal manterão o Brasil entre os três maiores emissores de CO2 do mundo.

Num mundo que enfrenta uma crise climática sem precedentes e onde já se criou um consenso entre os países de que é fundamental evitar que o aquecimento médio da Terra ultrapasse os 2º graus Celsius, seria normal imaginar que o governo brasileiro estivesse trabalhando duro na busca de soluções para reduzir ao máximo os impactos ambientais do pré-sal.

Pontos positivos e negativos do pré - sal
Muito se fala sobre o pré-sal e suas vantagens após a exploração nas águas profundas do território brasileiro. Fala-se também no salto econômico que o páis dará com essa riqueza que vem do fundo do mar - com o pré-sal, por exemplo, o Brasil pode se tornar um país exportador de petróleo, e o dinheiro advindo dessa riqueza pode ser investido e direcionado para a Educação, a Saúde, etc. A própria Petrobras se prepara, este mês, para a maior oferta pública de ações de sua história. A intenção é canalizar verbas para a exploração desse 'maná'.



Pontos positivos do Pré-Sal (prováveis): 

1 - Para administrar a riqueza do pré-sal o governo criou uma nova empresa separada da Petrobrás: a PPSA, que vai cuidar da administração, da exploração e vai também gerenciar o fundo que vai receber os lucros da exploração do pré-sal.

2 - As riquezas geradas devem melhorar e construir obras de infraestrutura em todo o país tais como estradas, ferrovias, portos, aeroportos e também para construir escolas e hospitais.

3 - Se o dinheiro ganho no pré sal for bem utilizado, ele pode trazer as seguintes vantagens:

- O Brasil vai ter dinheiro suficiente para investir na infraestrutura e realizar grandes obras como rodovias, ferrovias e hidrelétricas, sem precisar emprestar dinheiro no exterior. 
- Como o Brasil vai ter mais petróleo com a descoberta do pré sal, o preço da gasolina deve cair.
- Como ainda não existe tecnologia para explorar petróleo tão fundo, o Brasil vai ter que evoluir muito sua ciência para fazer esta exploração.
- Devem ser gerados tambem mais de 500.000 empregos em indústrias ligadas ao petróleo e a exploração do pré sal, muitas empresas vão crescer junto com a Petrobrás (que deve dobrar de tamanho).
- O petróleo um dia vai acabar, e se a Petrobrás, usar parte do dinheiro ganho no pré sal para desenvolver novas energias renováveis (que não acabam), vai ser tornar uma das maiores empresas do mundo. 
- O dinheiro ganho no pré sal pode ser usado para revolucionar a Educação e a Saúde no Brasil. 

Pontos negativos do Pré-Sal (prováveis): 
1 - Com a descoberta desta enorme massa de petróleo do pré sal, foi descoberta junto uma enorme massa de CO2 para ser jogada na atmosfera, através de toda a gasolina que vai ser produzida.

2 - Outro aspecto que pode ocorrer é que um vazamento nas plataformas de petróleo, pode causar um desastre gigantesco, já que é muito dificil conter óleo vazando no meio do mar (embora aqui, não precise se preocupar muito, pois a tecnologia utilizada hoje em dia já garante quase 100% de segurança nas operações, e também porque parte do dinheiro ganho vai ser investido na descoberta de energias não poluentes, compensando o estrago inicial).

3 - Se o dinheiro ganho no pré sal for mau utilizado pode acontecer o seguinte:

- O governo pode criar milhares de empregos de cabide (improdutivos), estes empregos seriam apenas ilusão, pois iriam acabar junto com o fim do petróleo. 
- Se o dinheiro do pré sal não for bem controlado e auditorado, pode ser desviado para o bolso de políticos e enriquecer líderes corruptos. 
- O dinheiro pode ser gasto em obras inúteis.
- Se parte desse dinheiro não for investido em infraestrutura, algumas cidades podem se tornar dependentes do petróleo para sobreviver e podem entrar em colapso quando o petróleo acabar (deve acabar em uns 20-30 anos). 

Discussão: 
Muito tem se discutido sobre o pré-sal, porem, até agora nada se falou sobre seus impactos ambientais. Este deve ser outro assunto na pauta do governo. De acordo com cálculos de ambientalistas, se o Brasil usar todas as reservas estimadas do pré-sal, vai emitir ao longo dos próximos 40 anos, em torno de 1,3 bilhão de toneladas de CO2 por ano só com refino, abastecimento e queima de petróleo. Isso quer dizer que, ainda que o desmatamento da Amazônia, principal causa das emissões brasileiras, seja zerado nos próximos anos, tudo indica que as emissões decorrentes do pré-sal manterão o Brasil entre os três maiores emissores de CO2 do mundo.

Finalizando: 
O petróleo do pré sal pode ser bom ou ruim para o Brasil dependendo de como for usado.


Bibliografia
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u440468.shtml Acesso em 02/11/11

http://www.algosobre.com.br/atualidades/o-que-e-o-pre-sal.html Acesso em 02/11/11

http://www.artigonal.com/politica-artigos/mas-afinal-o-que-e-o-pre-sal-1185099.html Acesso em 02/11/11

http://sakuxeio.blogspot.com/2010/09/pontos-positivos-e-negativos-presal.html Acesso em 02/11/11

terça-feira, 25 de outubro de 2011

ENEM 2011 - CORREÇÃO PROVA DE QUÍMICA - PROVA AZUL




Alternativa correta: B
A cloração é o procedimento de desinfecção da água, sendo a única etapa responsável pela eliminação de microrganismos.


Alternativa correta: C


Considerando-se X = Porcentagem de Sn (estanho) e Y = Porcentagem de Pb (chumbo) na liga metálica, pode-se calcular uma intervalo para estes valores utilizando-se como referência as densidades mínima e máxima dessas ligas, de acordo com as normas internacionais.



Alternativa correta: E
A água pode interagir com compostos que apresentam grupos hidroxila (-OH) a partir de ligações de hidrogênio, que estão representadas na figura abaixo, exemplificadas pela interação entre a água e a glicerina.
ALTERNATIVA B
O óxido de cálcio (CaO) quando misturado com a água (H2O) forma hidróxido de cálcio através da seguinte reação:
CaO + H2O = Ca(OH)2
O hidróxido de cálcio é pouco solúvel em água, mas se dissocia mesmo que em pouca quantidade e libera íons cálcio (Ca2+) e hidroxila (OH-) e a membrana semipermeável das células vegetais  permite que ocorra a osmose.


Alternativa correta: B


Pelo diagrama fornecido, temos que a razão entre os átomos de nutrientes C, N e P é respectivamente 106 : 16 : 1.
Para a água analisada temos que essa razão, para os mesmos nutrientes, é de 21,2 : 1,2 : 0,2 que podemos multiplicar por 5 para ter números pequenos e inteiros, onde teremos 106 : 6 : 1, a mesma razão entre os átomos C e P, mas uma proporção menor de átomos de N, onde podemos concluir que a concentração 1,2 mol/L está abaixo da indicada pelo diagrama (3,2 mol/L), sendo portanto, o N o elemento limítrofe.




Alternativa A
Os biocombustíveis são fontes de energia menos poluentes e que propiciam geração de empregos; porém a tecnologia empregada na obtenção de biocombustíveis de segunda geração devem ser eficientes para que sua produção seja de baixo custo.


Alternativa A
Os biocombustíveis são fontes de energia menos poluentes e que propiciam geração de empregos; porém a tecnologia empregada na obtenção de biocombustíveis de segunda geração devem ser eficientes para que sua produção seja de baixo custo.



Alternativa correta: B
A ingestão de H+ (advinda da ionização de ácido fosfórico H3PO4) consome íons OH- através de uma reação de neutralização H+ + OH- = H2O, diminuindo a concentração de íons OH- no equilíbrio da hidroxiapatita. Pelo Princípio de Le Chatelier, para restabelecer o equilíbrio afetado pela diminuição dos íons OH-, estes devem ser produzidos, favorecendo (deslocando) o equilíbrio para sua produção, ou seja, desmineralização (direita).


ALTERNATIVA D
O gás metano tem a capacidade de reter maior quantidade de raios infravermelhos que o dióxido de carbono.
Assim, hidrelétricas poderiam ser consideradas fontes poluidoras, pois liberam grande quantidade de metano.



Alternativa correta: C
Os íons nitrato (NO3-) e amônio (NH4+) são altamente solúveis em água, podendo originar contaminação de rios e lagos, uma vez que causam o fenômeno de eutrofização, ou seja, o crescimento descontrolado de microrganismos, consumidores de O2, diminuindo sua disponibilidade para o restante deste ecossistema.
Alternativa correta: B
A emissão de poluentes, que é a desvantagem do processo, pode ser diminuída a partir da retenção dos gases emitidos. Portanto, a utilização de filtros nas chaminés para redução de gases poluentes se torna a alternativa mais viável e confiável.

ALTERNATIVA A
O aquecimento global pode ser agravado pelo aumento da emissão dos chamados gases estufa (metano, dióxido de carbono e vapor de água). Durante o processo de digestão nos animais, naturalmente ocorre a produção e a emissão de metano. Nos ruminantes, essa produção é acentuada devido à fermentação entérica nesses animais. À medida em que a criação de gado aumenta, também aumentam os níveis de metano emitidos, o que, em larga escala, pode contribuir para o aquecimento global.

domingo, 11 de setembro de 2011

Fontes energéticas

1 - Pequeno Histórico:

     Há pouco mais de dois séculos, as principais formas de energia eram aquelas cuja disponibilidade na natureza era de fácil acesso: o vento e a água utilizados para produzir energia mecânica e a queima de madeira para a geração de calor. Com Revolução Industrial, a invenção da máquina à vapor e do tear mecânico para a a produção têxtil, o carvão mineral passou à principal fonte de energia dominante no processo fabril. Foi o carvão, também, que colocou as locomotivas em movimento. A humanidade estava pela primeira vez na história substituindo as formas de energia renováveis por formas de energia mais eficientes, porém não renováveis e poluentes.
     Já no final do século 19 a energia hidrelétrica e o petróleo passaram a complementar a energia retirada do carvão. O petróleo em pouco tempo transformou-se na principal forma de energia utilizada no mundo, até os dias atuais. Foi nesta época que ocorreu a invenção dos motores de combustão interna a gasolina e outros derivados de petróleo e a invenção da lâmpada elétrica. O petróleo passou a ser essencial à economia mundial, fator gerador de conflitos entre países e principal agente de poluição atmosférica. Na segunda metade do século 20, em diversos países do mundo, a energia nuclear para produção de energia elétrica passou a ser utilizada em grande escala, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Hoje se fala muito das possibilidades novas que podem ser criadas pela utilização do hidrogênio, uma energia limpa que pode ser retirada da água, mas muita pesquisa ainda deverá ocorrer até que se torne uma opção comercialmente viável. O hidrogênio teria a capacidade de substituir os derivados de petróleo para os veículos automotivos. Hoje quase todas as indústrias automotivas têm protótipos de veículo movido a hidrogênio.

2- Energia - Desafios e alternativas para o século XXI

     Qualquer tipo de energia pode ser definida, de uma forma bem objetiva, pela capacidade que tem de realizar trabalho.
     Há 52 mil anos, o fogo foi a primeira fonte de energia que o homem utilizou, depois de sua própria força. Entre 10.000 e 5.000 AC ocorreu a Revolução Neolítica, caracterizada pela domesticação de certos animais que passaram a servir como fonte de energia. Nesse mesmo período, o homem aprendeu a plantar e com a agricultura surgiu a possibilidade de uso da biomassa como energia.
     Por volta de 2.000 AC, a navegação começou a usar a força do vento e em torno do século II AC o homem se deu conta da força hidráulica, passando a fazer o aproveitamento da água como fonte energética para mover moinhos. A partir do ano 1.000 DC dá-se início à exploração mais intensa do carvão mineral e com a Revolução Industrial surgem importantes inovações, como a invenção da máquina a vapor.
     Nos séculos XIX e XX verificou-se o aparecimento e desenvolvimento da eletricidade e dos motores de combustão interna a gasolina e demais derivados de petróleo.
O petróleo passou então a imperar por todo o mundo como a principal fonte energética e a economia mundial encontra-se hoje moldada à economia ditada pela produção e comercialização dos combustíveis fósseis (veja quadro “Fontes de consumo...”).
     Nesse contexto, estuda-se e investe-se atualmente mais do que nunca nas inúmeras possibilidades de utilização em larga escala de fontes alternativas e menos prejudiciais ao meio ambiente, como a energia solar, a energia eólica, o hidrogênio e outras fontes (veja detalhes mais a frente).
     Um dos maiores desafios da humanidade no próximo século será descobrir o caminho para reestruturar seu modo de produção e consumo da energia, de maneira que não seja autodestrutivo e que não degrade o meio ambiente.
     A questão sobre a substituição de um modelo de geração de energia “sujo”, baseado no petróleo, que afeta o clima e gera poluição, por um modelo “limpo”, baseado em fontes de origem biológica, é de suma importância.
     Acredita-se, assim, que no próximo século deverão coexistir várias fontes de energia renováveis e pouco poluentes, o que determinará um quadro econômico global completamente diferente daquele em que vivemos nos últimos 100 anos __ a total hegemonia e dependência do petróleo. Dos anos 70 em diante, não houve uma só década em que não hovesse crises do petróleo na economia mundial. Agora mesmo, no início de setembro, estamos presenciando mais uma vez a enorme influência que o petróleo (e sua cotação em dólares) ainda tem na estabilização e crescimento da “moderna” economia globalizada.
     Hoje, é indiscutível que o progresso industrial e o desenvolvimento sustentável, assim como a preservação do planeta, dependem da descoberta e utilização de novas alternativas de energia.
     Nesse contexto, estuda-se e investe-se atualmente mais do que nunca nas inúmeras possibilidades de utilização em larga escala de fontes alternativas e menos prejudiciais ao meio ambiente, como a energia solar, a energia eólica, o hidrogênio e outras fontes (veja detalhes mais a frente).     
     Acredita-se, assim, que no próximo século deverão coexistir várias fontes de energia renováveis e pouco poluentes, o que determinará um quadro econômico global completamente diferente daquele em que vivemos nos últimos 100 anos __ a total hegemonia e dependência do petróleo. Dos anos 70 em diante, não houve uma só década em que não hovesse crises do petróleo na economia mundial. Agora mesmo, no início de setembro, estamos presenciando mais uma vez a enorme influência que o petróleo (e sua cotação em dólares) ainda tem na estabilização e crescimento da “moderna” economia globalizada.

 3 - O consumo de energia no Brasil
     O maior problema enfrentado atualmente no país é o desperdício de energia elétrica que vem ocorrendo nas últimas décadas. Além do consumo ter aumentado naturalmente, cerca de 12% da energia elétrica que o país produz são desperdiçados, ou seja, não são usados para nada, segundo dados da Eletrobrás. Esse número equivale a 7.500 megawatts (MW), ou o consumo de 40% das residências brasileiras.
     Na verdade, desde 1995 o consumo de energia elétrica vem crescendo mais do que a capacidade de geração das usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares em funcionamento. Assim, o combate ao desperdício passa a ser a fonte de produção mais barata e mais limpa que existe, uma vez que gera economia e evita maiores impactos ao meio ambiente.
     O instrumento usado pelo Governo para tentar diminuir esse desperdício é o PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia, da Eletrobrás. Entre as metas do programa está a redução da demanda na ordem de 130 bilhões de KW/h em 2015. Isso evitaria a instalação de 25.000 MW, o equivalente a cerca de duas usinas hidrelétricas de Itaipu. Além da diminuição da agressão ao meio ambiente, essa economia levaria o país a ter um ganho líquido de R$ 34 bilhões.
     Desperdícios a parte, é fato que o processamento de energia implica, necessariamente, na exploração de recursos naturais e na emissão de rejeitos no meio ambiente. Quando essa visão ambiental é somada ao fato de que os combustíveis fósseis são fontes de energia não renováveis e prejudiciais ao meio ambiente, fica evidente a necessidade da utilização de fontes alternativas para a geração de energia.
     Em termos de riquezas energéticas, o Brasil é um país privilegiado. A questão é como fazer para captar essa energia disponível e quebrar o elo de dependência com os combustíveis fósseis, partindo para as fontes de energia renováveis. Esse é um desafio para o Brasil e para o resto do mundo. Conheça a seguir as principais fontes de energia alternativa para o próximo século.


4 -  A perspectiva e vantagens brasileiras:
     O Brasil não é auto-suficiente em energia, mas produz cerca de 90% do total que consome, importando o restante. O país é um dos poucos do mundo que apresenta possibilidade múltipla de ampliar as suas alternativas energéticas, devido à abundância dos seus recursos naturais e de sua extensão territorial. Em 2004, as fontes renováveis representavam 44% da oferta de energia gerada no país enquanto que no mundo estas fontes não ultrapassavam 14%.
     A crise do petróleo de 1973 incentivou mudanças significativas no tipo de energia gerada no país. Em 1975, foi implantado o Pro - álcool com objetivo substituir parte da gasolina nos veículos de passageiros e como aditivo à gasolina. No entanto com a queda do preço do petróleo, na década de 1990, o projeto estava praticamente encerrado. No início deste século surgiu um Novo Pro - álcool com o objetivo de estimular a produção e o consumo do combustível.     A elevação do preço do barril do petróleo, a consciência sobre a necessidade de maior diversificação das fontes energéticas, a invenção do motor bicombustível foram os fatores que possibilitaram a reativação do projeto. A homologação do Protocolo de Kioto, por sua vez, elevou a demanda de álcool no mercado internacional e as exportações brasileiras destinadas aos países europeus e ao Japão que têm metas de redução de gases estufa.      Outra perspectiva otimista é o biodiesel, fonte menos poluente e renovável de energia. O biodiesel já é um aditivo utilizado para motores de combustão, derivado do dendê, da soja, da palma, da mamona e de uma infinidade de vegetais oleaginosos. Pode ser usado puro ou misturado com o diesel, em proporções diversas e sem a necessidade de alteração de equipamentos no motor.     O biodiesel puro reduz em até 68% as emissões de gás carbônico, em 90% as de fumaça e elimina totalmente as emissões de óxido de enxofre. Por ser biodegradável, atóxico e praticamente livre de enxofre é considerado um combustível ecológico. Apresenta ainda outras vantagens: o produtor rural pode produzir o seu próprio combustível, misturá-lo em qualquer proporção com o óleo diesel ou usa-lo totalmente puro nos motores de combustão, sem necessidade de ajuste.


5 - As fontes de energia alternativa do século XXI
BIOMASSA
Trata-se do conjunto de organismos que podem ser aproveitados como fontes de energia, como a cana-de-açúcar, o eucalipto e a beterraba (dos quais se extrai o álcool), o biogás (produto de reações anaeróbicas da matéria orgânica existente no lixo), diversos tipos de árvores (lenha e carvão vegetal), e alguns óleos vegetais (mamona, amendoim, soja e dendê).
A Agência Internacional de Energia (AIE) calcula que em mais ou menos 20 anos, cerca de 30% do total da energia consumida pela humanidade será proveniente da biomassa. Em geral, salvo algumas exceções, elas são energias “limpas”, isto é, não produzem poluição e nem se esgotam. Pelo contrário, até podem contribuir para recuperar o meio ambiente devido ao uso produtivo que fazem do lixo e de outros detritos.
     Os principais tipos de energia provenientes da biomassa são:Álcool: pode ser produzido a partir de várias plantas, tais como cana-de-açúcar, beterraba, cevada, batata, mandioca, girassol, eucalipto, etc. Como fonte de energia, pode ser utilizado para movimentar motores de veículos, substituindo a gasolina, como já vem ocorrendo desde os anos 70, ou para produzir energia elétrica a partir de sua queima, o que, no entanto, ainda não foi experimentado em grande escala.Biogás: é um gás natural produzido a partir da decomposição feita por certos tipos de bactérias em resíduos orgânicos, como esterco, palha, bagaço de vegetais e lixo, depois de uma separação dos elementos inutilizáveis como vidros e plásticos. O gás assim produzido pode ser usado como combustível para fogões, motores ou até mesmo para turbinas que produzem eletricidade de forma econômica e com menor impacto ambiental.
Lenha: é um dos combustíveis mais antigos e já foi um dos mais usados. Atualmente, sua importância diminuiu muito nos países industrializados em virtude de seu baixo poder calorífico e, sobretudo, pela devastação que causa nas florestas.
Entretanto, a lenha ainda tem sido utilizada, principalmente na indústria, em substituição aos derivados de petróleo, como o óleo combustível. Isso é feito através do aperfeiçoamento da tecnologia de gaseificação da madeira, ou seja, usa-se o gás em vez da combustão direta da lenha, que gera uma queima estável e limpa.
    O Brasil é hoje o país com maior número de gaseificadores industriais de madeira em operação. Deve-se aqui alertar que nem todos utilizam a madeira proveniente dos reflorestamentos.
Carvão vegetal: é obtido pela queima da madeira a uma temperatura superior a 400 °C, deixando como resíduo um carvão que mantém a forma e a estrutura da madeira e é constituído quase inteiramente de carbono. Pode ser utilizado como combustível nas residências, usinas siderúrgicas e usinas termelétricas. O Brasil é o maior produtor e consumidor de carvão vegetal do mundo, sendo que 70% do que é utilizado provêm de árvores do cerrado, o que gera um grave problema de desmatamento. O carvão vegetal é utilizado como fonte de energia por 25% da siderurgia brasileira.
     Óleos vegetais: extraídos da mamona, babaçu, dendê, soja, algodão, girassol e amendoim, os óleos vegetais constituem uma importante opção estratégica para a redução das importações de petróleo do país. Suas características se prestam bem à utilização em motores do ciclo diesel. Hoje esta alternativa não é economicamente viável, devido aos seus custos elevados frente ao preço atual do petróleo. Porém, trata-se de uma opção de interesse estratégico, pois o óleo diesel, único derivado do petróleo sem substituto nacional adequado, é também o mais consumido no país.


ENERGIA SOLAR
     Os raios solares que chegam até o nosso planeta, levando em conta apenas os continentes e ilhas, representam uma quantidade fantástica de energia, além de ser uma fonte energética não poluente e renovável. Ou seja, é uma fonte de energia inesgotável e gratuita.
As aplicações mais comuns da tecnologia solar, que dizem respeito à conversão da radiação solar em energia térmica e em energia elétrica, são as seguintes: aquecimento da água, secagem de produtos agrícolas, geração de vapor, refrigeração e conversão fotovoltaica, gerando energia elétrica para bombeamento e iluminação, entre outros.

     Existem duas maneiras de transformar a radiação solar em energia. Através do painel fotovoltaico, um dispositivo composto por 36 células solares, converte-se energia solar em eletricidade. Essa conversão é realizada nas células solares através do efeito fotovoltaico, que consiste na geração de uma diferença de potencial elétrico através de radiação.
     A outra forma de obter energia dos raios solares é através do coletor solar, um dispositivo responsável pela absorção e transferência da radiação solar para um fluido (geralmente água) sob a forma de energia térmica. Ou seja, o coletor não gera eletricidade, como o painel fotovoltaico, e sim energia térmica ao proporcionar o aquecimento da água (sistema de aquecimento solar).

Energia Eólica
     A energia eólica é aquela obtida pela força dos ventos. Hoje, essa energia é uma das que mais crescem, numa taxa de 22% ao ano. Atualmente, existem no mundo 20 mil geradores que produzem eletricidade a partir de força eólica (principalmente nos Estados Unidos). Produzir energia a partir do vento no Brasil pode ser um bom negócio. Prova disso, está no interesse de algumas universidades no desenvolvimento de técnicas e equipamentos para esse setor. Alguns pesquisadores da área dizem que em muitos lugares essa fonte de energia é mais competitiva do que outras alternativas, pois o custo é relativamente baixo e o retorno se dá a curto prazo.


ENERGIA NUCLEAR
     Embora seja tema de controvérsia, a energia nuclear é considerada uma fonte de energia alternativa.
     A fissão nuclear, ou a divisão do átomo, tendo por matéria-prima minerais altamente radioativos, como o urânio, foi descoberta em 1938. Utilizada inicialmente para fins militares, durante a Segunda Guerra Mundial, somente mais tarde começaram a ser desenvolvidas pesquisas para a utilização da energia nuclear com objetivos pacíficos.
     Em meados da década de 60 várias usinas nucleares estavam em construção ou já funcionando, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. Acreditava-se então que a energia nuclear seria a energia do futuro. Isso ficou ainda mais evidente quando veio o primeiro choque do petróleo.
     Nas usinas atômicas, a fissão nuclear é provocada sob controle no reator atômico, o elemento fundamental desse tipo de usina. A energia liberada na fissão produz calor que aquece uma certa quantidade de água, transformando-a em vapor. A pressão do vapor faz girar uma turbina que aciona um gerador e este converte a energia mecânica proveniente da turbina em energia elétrica.
     Atualmente, os Estados Unidos lideram a produção dessa energia a partir de usinas ou centrais nucleares. Os países mais dependentes da eletricidade nuclear são a França, Suécia, Finlândia e Bélgica, onde mais de 50% da eletricidade provêm de centrais atômicas.

HIDROGÊNIO
     Embora não seja uma fonte primária de energia, o hidrogênio se constitui em uma forma conveniente e flexível de transporte e uso final de energia, pois pode ser obtido através de diversas fontes energéticas (petróleo, gás natural, eletricidade, energia solar) e sua combustão não é poluente (o produto da combustão é água em forma de vapor d’água), além de ser uma fonte de energia barata.
     O uso do hidrogênio como combustível está avançando mais rapidamente, havendo vários protótipos de carros movidos a hidrôgenio nos países desenvolvidos. Calcula-se que, já na próxima década, deverão existir modelos comerciais de automóveis elétricos cujo combustível será o hidrogênio líquido.
     As pesquisas sobre as tecnologias de produção de hidrogênio no Brasil foram iniciadas visando o aproveitamento racional da energia hidrelétrica excedente e disponível a menor custo em períodos fora de seu pico de consumo.
     Se o uso do hidrogênio como vetor energértico não chegou ainda a ser implantado em grande escala no país, o que poderá vir a ser uma opção ecológica para o futuro, por outro lado o uso de hidrogênio eletrolítico como matéria-prima industrial já se tornou uma realidade lucrativa.

ENERGIA GEOTÉRMICA
     Energia geotérmia é o calor proveniente do interior do planeta. A principal vantagem deste tipo de energia é a escala de exploração, que pode ser adequada às necessidades e permite o desenvolvimento em etapas, à medida em que aumenta a demanda.
     Já existem algumas dessas centrais encravadas em zonas de vulcanismo, onde a água quente e o vapor afloram à superfície ou se encontram em pequena profundidade. O calor das rochas subterrâneas que ficam próximo aos vulcões já supre 30% da energia elétrica consumida, por exemplo, em El Salvador.
     Alguns outros países, como a Islândia e a Nova Zelândia, aproveitam a energia geotérmica nas áreas onde surgem os gêisers (normalmente áreas de vulcanismo moderno). A França e a Hungria usam energia geotérmica apenas para calefação, aproveitando fontes de água quente. No Brasil, não temos a possibilidade do aproveitamento geotérmico, uma vez que não possuímos zonas de vulcanismo e nem fontes de água que sejam quente o suficiente para gerar energia.


Energia das marés
O aproveitamento energético das marés é obtido de modo semelhante ao aproveitamento hidrelétrico, formando-se um reservatório junto ao mar, através da construção de uma barragem. O aproveitamento é feito nos dois sentidos: na maré alta a água enche o reservatório, passando através da turbina e produzindo energia elétrica, e na maré baixa a água esvazia o reservatório, passando novamente através da turbina, em sentido contrário, e produzindo energia elétrica.
Este tipo de energia gera eletricidade em países como a França, Japão e Inglaterra. No Brasil, temos grande amplitude de maré em São Luís, na Baía de São Marcos, com 6,8 metros, e Tutóia, com 5,6 metros. Infelizmente, nessas regiões a topografia do litoral não favorece a construção econômica de reservatórios, o que impede seu aproveitamento.

ENERGIA DOS MINERAIS
O gás natural, o carvão mineral, o xisto betuminoso, entre outros, são as chamada fontes de energia provenientes dos minerais. Sendo constituídos por recursos que existem em quantidade limitada no planeta e tendem a esgotar-se, os minerais são classificados como fontes de energia não-renováveis.
Geralmente as fontes de energia mineral são utilizadas para fornecer calor para os altos fornos das indústrias siderúrgicas, além de eletricidade através de usinas termelétricas. E, no caso do gás natural, utilizado como combustível de automóveis.

 6- Os impactos ambientais da energia elétrica

USINAS HIDRELÉTRICAS
      Usinas hidrelétricas tendem a alagar áreas extensas e modificar o comportamento dos rios barrados. Com isso, os seres vivos em um ecossistemas podem ser afetados. A vegetação submersa dos rios barrados, por exemplo, pode se decompor dando origens a gases como o metano, que contribuem para o efeito estufa. Além disso, cidades e povoações do entorno do rio acabam sendo deslocadas e a bacia hidrográfica pode ter seu comportamento alterado, correndo risco de assorear e/ou ocasionar mudanças na qualidade da água.

USINAS TÉRMICAS 
     Usinas térmicas a carvão, óleo e gás natural causam vários tipos de poluição ambiental. O principal é a emissão de gases que contribuem para o aumento do efeito estufa, como o dióxido e o monóxido de carbono, o metano e, nas usinas térmicas a carvão e óleo, óxidos de enxofre e nitrogênio. Além da contribuição para o aumento da temperatura no planeta (efeito estufa), estes gases na atmosfera dão origem às chuvas ácidas, que por sua vez prejudicam a agricultura, as florestas e até os monumentos urbanos.

USINAS NUCLEARES
     Usinas nucleares são usinas térmicas que aproveitam a energia do urânio e do plutônio. Envolvem riscos de vazamento de radiação para o meio ambiente com as notórias e graves consequências, sobretudo para a saúde dos seres vivos. Além dos sérios acidentes (o de Chernobyl, em 1986, matou de imediato mais de 30 pessoas devido à explosão de gás), um dos maiores problemas dessas usinas é o descarte do lixo gerado __ o lixo nuclear __, que tem alto grau de toxicidade.

 7- A matriz energética mundial
      A participação de energia renovável no fornecimento mundial em 2004 era de pouco mais de 10% e as renováveis limpas como a solar, eólica, geotermal eram de apenas 2% do total mundial. Em contrapartida os combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural contribuíram, neste mesmo ano, com 80%. Justamente as fontes responsáveis pela maior parcela da poluição ambiental e do efeito estufa, em particular.
   Os combustíveis fósseis são encontrados em bacias sedimentares e formados pela decomposição de matéria orgânica. Esse processo leva milhões de anos e uma vez esgotadas essas formações fósseis não serão repostas na escala da vida humana. É por essa razão que a matriz energética atual não é sustentável. A substituição destas energias sujas por fontes alternativas é vista como meta necessária para tornar o mudo viável no século 21.



Bibliografia:
* ENERGIA - Desafios e alternativas para o século XXI
Matéria publicada no Informativo n° 33 - setembro / outubro de 2000
Texto de Jaqueline B. Ramos*

Recursos energéticos disponíveis no Brasil
Autor: Cláudio Mendonça
http://educacao.uol.com.br/geografia/ult1701u62.jhtm
Acessado em 10/09/2011 ás 14:21